O Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) notificou municípios da região rentral do Estado devido a casos de abandono de pacientes. Conforme a assessoria de imprensa do hospital, houve repetidos casos nos últimos meses em pelo menos quatro: Agudo,São Pedro do Sul, São Sepé e Restinga Seca.
O que acontece: o paciente sai cedo do município de origem por meio de um transporte da prefeitura, recebe o atendimento médico no hospital, que se estende até a noite, e quando vai pegar o transporte de volta, ele já partiu.
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O poder público é responsável por esses pacientes de acordo com a gerente de atenção a saúde do Husm, Soeli Guerra. Ela diz que há casos em que os pacientes ficam ¿desesperados¿. Foi o que aconteceu com um casal de idosos que lidou com a situação na quarta-feira.
Soeli aponta que o hospital precisou viabilizar o transporte do casal para a rodoviária, onde foi comprada a passagem para poder voltar para casa. A medida foi necessária porque não foi possível estabelecer contato com a prefeitura, já que o expediente tinha acabado, nem com o motorista.
– O paciente, muitas vezes, chega ao município sem referência, se intimida com o grande número pessoas (são 6 mil atendimentos diários), fica durante muito tempo para a consulta, sem alimentação, quando terminam, não encontram o transporte, ligam para o número do celular que receberam e ninguém atende. Acabam enfrentando essa situação de abandono. Você não vai deixar a pessoa, como ontem, em uma noite fria, desabrigada. É um problema social mesmo – diz.
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O Husm, e até mesmo seguranças do campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde fica o hospital, já tiveram que viabilizar transporte, como no caso dos idosos, para outros pacientes. Foi essa situação que motivou a notificação aos municípios.
Os atendimentos
O Husm começa a atender no início da manhã. Boa parte dos pacientes passa por cirurgias ou recebem tratamento para o câncer. Para não ter que sair de suas cidades duas vezes, todo o atendimento é feito em um dia (consulta e procedimento). Assim, é comum que o expediente comece às 8h e se estenda até por volta das 20h.
Uma pesquisa feita pelo Husm constatou que essa forma de atendimento é a que mais agrada os pacientes, e estão de acordo as secretarias de saúde que fazem encaminhamento ao hospital.
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O que dizem as prefeituras
A reportagem tentou contato as secretarias de saúde dos quatro municípios e obteve o retorno, até o fechamento da reportagem, de duas: Restinga Seca e São Sepé.
O secretário Luciano Pedron, de Restinga Seca, aponta que o procedimento é: o motorista deve voltar para buscar o paciente quando os atendimentos se estendem. A prefeitura viabiliza isso. Ele admite que houve falhas, mas diz que há casos em que o paciente saiu para fazer alguma coisa não relacionada com o atendimento médico e, por isso, perdeu o transporte.
A diretora de atenção básica de saúde em São Sepé, Maria Silva Silveira, também admite que o problema existe. Ela explica que há um contrato com uma empresa terceirizada responsável pelo transp"